sábado, 11 de abril de 2015

terça-feira, 7 de abril de 2015

Um medo sem fim

Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos os amigos mais íntimos com um cartão de convite ´
para o ritual do Grande Desfazer: 

"Fulano de tal comunica a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje às 9 horas. Traje de passeio". 

E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir à despedida. 
Apertos de mãos quentes. 
Ternura de calafrio. 
"Adeus! Adeus!" 
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento, numa lassidão de arrancar raízes... (primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... ) a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se em fumo... tão leve... tão subtil... tão pòlen... como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono ainda tocada por um vento de lábios azuis..."

José Gomes Ferreira

quinta-feira, 2 de abril de 2015

07:12

Todos os dias (úteis) o despertador toca às 07:12. Sempre que penso: - são só mais cinco minutos, acabo por ficar o tempo suficiente para andar feita tolinha a correr. Nunca são mais cinco minutos e nunca aprendo. Arre.

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