quinta-feira, 31 de março de 2011
Lembro-me das primeiras conversas que tivemos. Estávamos sentados na pedra da berma da praia e falámos de algo muito sério para o momento. Ou pelo menos eu puxei isso.
Nós sempre fomos isso; assuntos sérios demais, assuntos dos quais poderíamos fechar os olhos e não pensar sobre. Mas por alguma coisa é que continuamos.
Sou velha o suficiente para me conhecer bem.
Sei que penso melhor de manhã, quando tenho ainda a cabeça vazia de pensamentos que me distraem.
Sei que estou mais bem disposta de manhã.
O passar do dia torna-me rabugenta e mal humorada. A verdade é que se fosse sempre de manhã seria um doce de pessoa.
Ontem e porque estudar à noite significa isso mesmo, fui fazer exame depois das 18h.
A primeira parte do exame eram perguntas de verdadeiro ou falso, relativas a um texto em que havia um enorme conjunto de pessoas e empresas que estabeleciam as mais variadas relações comerciais e não comerciais entre si. A meio do texto perdi-me nos nomes das pessoas, olhei para os Códigos onde poderia encontrar os artigos que regulavam as mais variadas relações e pensava 'fogo mas afinal quem é o Sr. Urbano e o que têm ele a ver com o Sr. Vitorino', voltei a ler o texto e quando voltei a procurar nos Códigos já não sabia que acto de comércio queria encontrar.
Conclusão, optei por uma coisa muito inteligente. Colocar um V ou um F conforme a minha intuição me indicasse. Muito inteligente da minha parte diga-se. Dessa forma, caminhei a passos largos para a segunda parte, de desenvolvimento onde consegui entender que se tratava de um trespasse e percebi à primeira o objecto do trespasse, quem era o trespassário e quem era o trespassante e mais umas quantas pessoas com ligações ao negócio, respondi às perguntas e vim embora. Antes 1h da hora de terminar o exame.
Ganhei tempo a colocar os V ou F sem pensar. Tenho para mim, que vou ganhar também uma nota inferior a 10 no exame.
leaf*
quarta-feira, 30 de março de 2011
Gostava que as coisas me fossem indiferentes. Gostava que certas conversas não me viessem à cabeça antes de dormir, gostava que certos momentos não me dessem vontade de chorar, gostava de não ver certas realidade com os olhos tão abertos.
Não, na verdade não gostava, só queria reduzir a intensidade.
terça-feira, 29 de março de 2011
Ourogulho
Nunca pedi.
Sempre me perdi.
Na eminência do triunfo
eu me esqueci de vencer.
Onde havia escada
eu me furtei ao degrau
preferi o nada
a subir de grau.
Outros são donos,
donos de nomes, títulos
brilhos, proezas e luzes.
Eu, quando sou eu,
é apenas por distracção.
E apenas
para ser ninguém
me sobeja vocação.
Mia Couto
Nunca pedi.
Sempre me perdi.
Na eminência do triunfo
eu me esqueci de vencer.
Onde havia escada
eu me furtei ao degrau
preferi o nada
a subir de grau.
Outros são donos,
donos de nomes, títulos
brilhos, proezas e luzes.
Eu, quando sou eu,
é apenas por distracção.
E apenas
para ser ninguém
me sobeja vocação.
Mia Couto
É isto.
leaf*
domingo, 27 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
...assusto-me, pois está claro.
No intervalo que vai do momento em que acabo o dia de trabalho e começa a noite com aulas costumo ir lanchar. Sou uma pessoa de rotinas. Vou sempre ao local do costume e peço quase sempre a mesma coisa. Gosto desta monotonia calma.
Mas à alguns dias atrás, este alinhamento perfeito foi quebrado abruptamente com gritos de pânico e sofrimento vindos da rua. Toda a gente salta das cadeiras das mesas vizinhas, para ir ver o que se passa. Toda a gente menos eu, que assustada fiquei ali com medo de ver o que se passava.
Algum tempo depois, (não sei se minutos se segundos) o tempo necessário para me recompor, perguntei a uma das senhoras da pastelaria o que se estava a passar. Resumidamente passo a explicar:
Iam duas senhoras a passar no mesmo local, uma delas levava um cãozinho ao colo, a outra levava o seu cão (boxer) sem trela à solta, esse cão ataca o cãozinho que ia ao colo e arranca-lhe o rabo à dentada. Fique chocada. Sem mais palavras.
Quando coisas destas acontecem ao meu lado, preciso de tempo para voltar a existir.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Cinco Coisas
Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda
21 de Março, dia Mundial da Poesia. O Dia da Poesia será sempre que a Poesia faça sentido.
leaf*
sábado, 19 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
Look at the stars
Look how they shine for you
And everything you do
Yeah, they were all yellow
I came along
I wrote a song for you
And all the things you do
And it was called 'Yellow'
So then I took my time
Oh what a thing to've done
And it was all yellow
Your skin, oh yeah, your skin and bones
Turn into something beautiful
D'you know? You know I love you so
You know I love you so
I swam across
I jumped across for you
Oh what a thing to do
'Cause you were all yellow
I drew a line
I drew a line for you
Oh what a thing to do
And it was all yellow
Your skin, oh yeah, your skin and bones
Turn into something beautiful
D'you know? For you I bleed myself dry
For you I bleed myself dry
It's true
Look how they shine for you
Look how they shine for you
Look how they shine for
Look how they shine for you
Look how they shine for you
Look how they shine
Look at the stars
Look how they shine for you
And all the things that you do
terça-feira, 15 de março de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
Hoje em dia é muito complicado encontrar papelarias que vendam papel de carta.
Não aquele que apenas tem linhas, mas sim papel de carta assim colorido e cheio de motivos deliciosos.
Procurei em duas papelarias e nada. Na terceira a que fui, mostraram-me um papel muito antigo que estava na arrecadação porque 'sabe menina agora ninguém procura isso e não vale a pena comprar'. Trouxe o papel que me mostraram. O pacote tinha apenas quatro folhas e quatro envelopes, as folhas já estão um pouco amarelecidas. Vê-se tempo nelas.
Gastei uma folha. Enquanto escrevia este post tive uma ideia para gastar a segunda...fico ainda com duas folhas de um papel que é muito difícil de encontrar mas que me deixou feliz!
leaf*
quinta-feira, 10 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Existem poucas coisas melhores neste mundo que a Amizade, ou se calhar não existe mesmo nada melhor. Gosto muito quando a Amizade, esta coisa difícil que é conhecer os outros e mesmo assim gostar deles, me faz sorrir de felicidade.
E agora perguntam vocês, com um ar de espanto - mas de que raio estás tu a escrever? Ou se calhar não perguntam porque este blog não têm leitores e é também por isso que gosto dele...Mas respondo na mesma...
No sábado enviei um e-mail a um grupo de pessoas por causa de um ponto comum que nos une. Até aqui nada de mais. O engraçado é que recebo de seguida uma sms de uma amiga que também fazia parte desse grupo de pessoas a dizer coisas, mas o que interessa para este post é o seguinte:
(...) é impressão minha ou soa-me a um pouco de maldade boa o e-mail? Sim, porque até nisso sabes ser fofinha (...)
Claro que foi maldade, de forma muito subtil mas pura maldade. Foi mais ou menos como um lobo disfarçado de cordeiro...
Pulando no tempo mas continuando no dia de sábado. Estava a fazer uma das coisas que me dá mais prazer que é não fazer nada. Sentada numa esplanada em frente à ria a conversar com um colega e a beber um chá ao fim da tarde...quando estando completamente alheada a olhar a maravilha da paisagem e a conversar por intermitências ele solta a seguinte frase, como se tivesse descoberto a pólvora:
(...) tu és manhosa. É isso tu és uma pessoa manhosa (...)
Quase que me engasgava.
Destes dois momentos distintos de sábado tirei a seguinte conclusão...gosto que as Amizades sejam assim sem reservas, de conseguir olhar para lá do que é aparente. Gosto mesmo muito.
Mas detesto quando os colegas acham que me conhecem e me definem assim numa palavra.
leaf*
Não sei se isto é possivel de ser compreendido mas, adorei ver o programa Memórias de Mim Mesmo. Absolutamente fantástico. Diria mesmo que é hilariante, provocou-me mesmo gargalhadas. O Maestro Vitorino de Almeida é tão deliciosamente insano. Brilhante.
leaf*
quinta-feira, 3 de março de 2011
o javi é lindo |
Não vi o jogo, ou pelo menos não vi com olhos de ver. Vi o jogo com olhos de ouvir e mesmo assim não vi nem ouvi tudo. Porque claro é para todos que, quando se tenta fazer tudo ao mesmo tempo não se faz nada bem. Fazer tudo ao mesmo tempo significa fazer tudo pela metade. Foi o que fiz.
Estendi as folhas pela mesa, liguei o portátil e fiquei assim entre o ESA, o msn (só para ver quem chegava pois eu estava offline) e a televisão ligada na SIC, sintonizada no jogo. Assim fiquei 92minutos com o coração dividido entre o Estudo e o Benfica.
Estou numa fase desconhecida da minha vida. Numa altura em que me apetece estudar porque tudo aquilo faz sentido e quero muito aprender - saber mais.
Este Benfica é garra, é Paixão, é acreditar até ao fim. É basicamente acreditar mesmo quando parece impossível. E por fim o prazer de ouvir o nosso Jesus, dizer qualquer coisa como 'têm tido jogado' e ficar deliciada com tamanha eloquência nas palavras...
leaf*
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