Vamos devagarinho. O país está em crise e a maioria de nós faz contas pra viver. Contas essas que vão ficar mais complicadas depois da entrada em vigor das anunciadas novas medidas de austeridade. Sendo assim pergunto-me:
- não podiam ter reunido em Belém? Oh, claro que não que a casa não é vossa.
- não podiam ter reunido numa das salas da Assembleia? Oh, obviamente que não pois aquele lugar é frio.
- não podiam ter reunido numa das sedes dos referidos partidos? Oh, não teria graça nenhuma.
- (...)
Na verdade nada melhor que ostentar riqueza e reunir no hotel Tivoli.
O acto em si é pouco relevante. O que é relevante é esta capacidade de gastar a pensar que o dinheiro não sai dos bolsos de quem ainda tem trabalho e ganha o salário mínimo nacional ou pouco mais. Na qualidade de dona de tudo isto esta falta de respeito revolta-me.
Revolta-me a atitude em si e, se algum dos presentes na reunião vier cá responder-me que o hotel ofereceu a dita sala para a dita reunião, vou dizer-lhe para enfiar a informação no cú. O que me revolta é o gesto, o custo é-me irrelevante.
Poucos meses separam as fotos, mas nunca pensei que ele crescesse tão rápido. Foi, sem dúvida, a melhor "aquisição" para a casa, apesar das flores arrancadas, das minhas sapatilhas roídas, dos pêlos que deixa pela casa.
Ouvi a noticia que a escritora Maria Teresa Horta se recusou receber o Prémio D. Dinis pelas mãos do primeiro ministro Passos Coelho e, tive a certeza que é urgente incluir na lista de leituras próximas o romance que lhe valeu o dito prémio ("As Luzes de Leonor").
No momento actual e não sendo propositado, certamente não existe melhor publicidade que a atitude tomada pela Escritora.
Simples demais e fez valer o meu dia. Recebi hoje um embrulho das mãos de um Senhor que admiro muito. Este Senhor sobre quem escrevo tem idade para ser meu avô, mas não o é. No entanto tenho uma enorme estima por Ele.
Dentro da caixinha tinha uma coisa simples: que me fez rir de felicidade; que me fez sorrir de Amizade; que me fez olhar de ternura e que me fez dar um abraço ao Senhor como se de um avô meu se tratasse.
Acho que nunca tive tanto medo de ficar "arremessada" num quanto qualquer como hoje. Nossas excelências, aventureiros que somos, decidimos andar por trilhos, cheios de pedras, ora a subir ora a descer para ver uma cascata que, no final, só vimos mesmo ao longe.
As minhas pernas tremia, o meu coração acelerado do medo e do cansaço, eu com chinelas de dedo e o meu camarada de caminhada nem por mim esperava.
Acho que nunca fiquei tão contente como hoje por voltar a casa, sã e salva.
Na verdade, o meu paladar é bem simples, humilde e modesto. Estou habituada e gosto de comer peixe cozido e sopa. Comida confecionada de forma simples; sempre sem grandes condimentos, sem grandes invenções e misturas.
Vai daí, inspirada por um qualquer espírito inovador decido experimentar um bife com não sei quê e queijo de cabra. "Mas tens a certeza que queres comer isso? Tens mesmo a certeza? Isso é demasiado forte para ti...Tens a certeza?" e claro que certezas não me faltam portanto tinha a certeza.
Conclusão: cada vez que cortava um pouco do bife sentia uma espécie de repulsa pela comida que tinha à minha frente. É que nem as batatas fritas se safavam pois estavam impregnadas daquele molho.
De qualquer forma para balancear com a comida que deixei no prato, o jantar foi delicioso estava a passar em fundo cantigas da Ana Moura...e encheu-me a alma. Consigo parar em alguns versos e ficar só a Admirar.
"Escrito em 1926 e 1927 e proibido em 1928, O Amante de Lady Chatterley é um romance belo e terno que reflecte uma visão ingénua e lírica da vida. Qualificado como romance obsceno por uma sociedade envergonhada e preconceituosa, O Amante de Lady Chatterley é uma obra honesta sobre a necessidade da fusão física e espiritual entre aqueles que estão intimamente ligados." (daqui)
Quando falta pouco mais de uma década para este romance completar 100anos não posso fazer julgamentos. Já aconteceu tanta vida entre 1928 e 2012.
No Verão anterior apanhei um escaldão enorme nos joelhos.
Este Verão e como só fui à praia três vezes, uma delas ontem olho para mim e concluo que a única parte onde se nota que é Verão* é nos pés. Estão bem mais morenos.
* Claro que em mim poderia ser Verão no Inverno tal é o ar moreno.
Sábado acabei de ler Budapeste do autor Chico Buarque.
O livro não me fascinou nem um pouco, mas aprendi alguma coisa.
Aprendi que Budapeste é a capital da Hungria e, que a capital se divide em duas partes: Buda e Pest. Pode parecer pouco ou mesmo nada. No entanto para mim e para a minha cultura geográfica digamos que é um pequeno passo para a Lua.
A verdade é que já tinha tentado ler este livro. Uma vez requisitei-o na biblioteca. Devolvi sem ter avançado para além das páginas iniciais.
Neste segundo encontro não me permiti desistir. Não me permiti por culpa de quem me ofereceu o livro. Por tua causa.
O jornal Público, edição online, nas últimas três semanas, têm vindo a apresentar peças sobre todos os vencedores dos Ídolos até à data. Já foram entrevistados Nuno Norte, Sérgio Lucas e Filipe Pinto e todas as peças pretendem entender como a experiência Ídolos marcou e mudou as suas vidas.
São textos muito interessantes para se ler e para se perceber que afinal, programas de "caça-talentos" nada mais servem do que para criar ilusões. O público, esse é sabido que, passado o frenesim, se esquece dos concorrentes e de todo o seu valor. Aliás, desde que soube que o Filipe Pinto vai lançar o seu primeiro álbum ainda neste Verão, fiquei expectante para saber qual irá ser a sua recepção.
Porém, é do candidato que ontem foi expulso que quero falar. João Seilá foi, ao longo de todas as galas, o concorrente que se mostrou mais completo: para cantar não basta ter voz (a voz dele não é, sem dúvida, a melhor de todos os candidatos), é necessário carisma, personalidade, atitude, à vontade e, muito importante, humildade.
De todos os 14 finalistas desta quinta edição, tenho a certeza que esse será o que mais rapidamente triunfará na música portuguesa, porque talento não lhe falta. Não consigo não postar aqui duas músicas incríveis: uma, apresentada numa das galas, em que o João vira do avesso a Amanhã de Manhã das Doce. A outra, é um original, que parece ter sido produzida antes dos Ídolos e que, para mim, só mostra um futuro promissor.